O pitoresco centro histórico de Faro, chamado de Vila Adentro, é composto por ruas e praças com a típica calçada portuguesa, rodeadas pelas muralhas medievais. Quase todo pedonal, preserva a arquitetura do século XVIII e é muito mais tranquilo que a agitada cidade moderna. Existem três portas de acesso, sendo a principal a do emblemático Arco da Vila, um arco neoclássico erguido após o terramoto de 1755. Embora esta catástrofe tenha destruído grande parte da cidade, muito do centro histórico resistiu. A praça principal é o Largo da Sé, ladeado de laranjeiras. Aqui encontram-se a Sé, a Câmara Municipal e o Paço Episcopal.
O Paço Episcopal original foi construído no século XVI, mas o edifício atual data do século XVIII e só foi aberto ao público em 2019. O destaque vai para o conjunto de painéis de azulejos do século XVIII que decoram as paredes do átrio e das diferentes salas de aparato, incluindo a antiga Sala do Trono e a Capela do Bispo. Possui também uma coleção de arte sacra.
Do topo da Sé tem-se uma vista panorâmica sobre grande parte de Faro, desde a cidade moderna ao centro histórico, e ainda das ilhas do Parque Natural da Ria Formosa.
Outra das portas do centro histórico amuralhado é a Porta Nova, que abre para sul. Construída no século XV, fica virada para o cais de onde partem os ferries e as lanchas para as praias das ilhas da Ria Formosa.
A terceira porta é o Arco do Repouso, uma construção medieval no lado norte, onde se diz que D. Afonso III repousou após a conquista de Faro em 1249 (daí o nome). Este é o troço mais antigo da muralha da cidade, com torres bizantinas pentagonais acrescentadas logo após o colapso do Império Romano, no século VI. Junto às torres encontra-se um painel de azulejos contemporâneo mas inspirado nos painéis barrocos a azul e branco e ilustrando D. Afonso III a outorgar o foral de Faro em 1266. É possível caminhar sobre as muralhas e admirar a vista sobre o casario (o acesso é feito através de um edifício chamado Casa do Repouso).
Num passeio pela Vila Adentro depara-se ainda com ninhos de cegonhas, uma estátua de D. Afonso III e galerias de arte contemporânea, como a Arco (Rua António Maria Laboia, 1) e a Trem (Rua do Trem, 5). A galeria Arco fica colada às muralhas e oferece vista da Ria Formosa, enquanto a Trem ocupa um antigo quartel militar. Existe também um pequeno espaço museológico dedicado à imprensa de Gutenberg e ao Pentateuco, denominado Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e Pentateuco de Faro (Rua do Município, na antiga capela do Paço Episcopal). O espaço tem como objetivo recordar o primeiro livro impresso em Portugal, que ocorreu precisamente na cidade de Faro, em 1487. O livro em questão foi o Pentateuco, ou a Torá, em hebraico, e encontra-se atualmente na British Library em Londres.
O museu principal, no entanto, é o Museu Municipal de Faro, instalado no Convento de Nossa Senhora da Assunção, de origem renascentista. Situado atrás da Sé, apresenta uma interessante coleção de achados arqueológicos e peças que vão desde a pré-história à época moderna. O destaque vai para um enorme mosaico romano e para os bustos de imperadores romanos encontrados nas ruínas de Milreu, nos arredores de Faro.
Se estiver apenas algumas horas em Faro, a Sé e o Museu Municipal são as atrações de visita obrigatória. Nos arredores, encontrará esplanadas para uma refeição.
