Construída em 1251 onde chegou a existir um templo romano, uma igreja visigótica e mais tarde uma mesquita, a Sé Catedral de Faro quase ruiu no grande terramoto em 1755. Apenas parte do exterior gótico e algumas das capelas sobreviveram, e foi reconstruída misturando os estilos renascentista e barroco. O interior é típico do barroco português, decorado com talha dourada e painéis de azulejos.
Hoje abre principalmente como atração turística, mas ainda é celebrada missa. O interior inclui um pequeno museu de arte sacra (com esculturas, retábulos, paramentos, cálices e pinturas) e o terraço junto ao campanário serve de miradouro, oferecendo a melhor vista sobre Faro, desde a cidade moderna ao centro histórico amuralhado e as ilhas do Parque Natural da Ria Formosa. Também é possível observar de perto os ninhos de cegonha que costumam ser construídos na torre sineira.
No exterior encontra-se uma pequena capela de 1664 composta por ossos humanos. Esta é uma minúscula versão de uma grande capela coberta de crânios e ossos na Igreja do Carmo em Faro e de uma ainda mais famosa em Évora.
O interior da Sé é sustentado por colunas dóricas e arcos acrescentados após um incêndio em 1596. Está ladeado por ricas capelas e possui dois órgãos – um mais pequeno de 1640 e um maior de 1701, de inspiração oriental. A capela-mor foi reconstruída em 1630 com um retábulo maneirista.
A sacristia apresenta um belo tríptico do século XVII que ilustra a Vida e a Paixão de Cristo. Mais obras de arte podem ser admiradas na Capela de São Miguel, do século XVII, no pátio, ao lado da Capela dos Ossos.
Ocasionalmente, a Sé é palco de concertos de música clássica.
As capelas, todas notáveis, são:
Capela de Nossa Senhora dos Prazeres
A Capela de Nossa Senhora dos Prazeres data de 1752, ou seja, sobreviveu ao terramoto. É considerada uma obra-prima do barroco português no Algarve, e inclui uma imagem do século XVII da Virgem com o Menino.
Capela de Nossa Senhora do Rosário
A capela de Nossa Senhora do Rosário data de 1690 mas inclui painéis de azulejos do século XVIII, da autoria de Gabriel del Barco, mestre espanhol que trabalhou maioritariamente em Portugal. Os painéis ilustram cenas bíblicas, como a “Fuga para o Egito” e Cristo aos 12 anos de Lucas 2:42-51. O destaque, no entanto, vai para os lampadários, únicos no país, com figuras de meninos negros, alusivos aos escravos africanos que começaram a chegar a Portugal no século XV (visite o Mercado de Escravos em Lagos para conhecer a história do tráfico de escravos africanos na Europa).
Capela de São Brás
Dedicada a São Brás, esta capela é um belo exemplar do barroco português. Data de 1750 e foi construída com o ouro e madeira trazidos do Brasil. Ao centro encontra-se uma estátua de São Brás, do século XVII.
Capela de São Francisco de Paula ou das Relíquias
A primeira capela à direita da capela-mor foi dedicada a São Francisco de Paula e é também chamada de “capela das relíquias”. Foi concluída em 1782, apresentando cenas da vida do santo em painéis de azulejos azuis e brancos. Os diferentes nichos guardam relíquias.
Capela do Santíssimo Sacramento
A capela do Santíssimo Sacramento data de 1673 e mistura os estilos maneirista e barroco. É uma das capelas mais notáveis do monumento, ricamente decorada em talha dourada e com estátuas dos quatro evangelistas e pinturas do século XVII. Está impecável, após restauros em 1886 e 1950.
Capela do Senhor Jesus dos Pobres
A capela do Senhor Jesus dos Pobres apresenta uma arquitetura renascentista em mármore e talha dourada e foi criada em 1756, um ano após o grande terramoto. Aqui pode-se admirar Cristo na cruz rodeado de querubins e, abaixo, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, acrescentada em 1929.
Capela Gótica I
Esta capela foi umas das primeiras da Sé, datando dos séculos XIII e XIV. De estilo gótico, foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição e apresenta uma imagem da Virgem do século XV. Conserva a abóbada gótica original, mas também apresenta azulejos do século XVII.
Capela Gótica II
Uma segunda capela gótica dos séculos XIII e XIV foi dedicada a São Domingos e inclui um túmulo de um nobre do século XV. As paredes estão revestidas de azulejos do século XVII com padrões geométricos.
Como chegar à Sé de Faro
A Sé situa-se no Largo da Sé, mesmo no coração do centro histórico, com acesso através do Arco da Vila.
Como visitar a Sé de Faro
Os bilhetes para a Sé de Faro custam 3,50€ e são vendidos à entrada. Abre nos dias úteis das 10h às 18h30 (18h nos meses de dezembro e janeiro), e aos sábados das 9h30 às 13h. Encerra aos domingos.